Geografia Poesia Fé: A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização, o geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves

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A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização, o geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves


A imagem da globalização

Em A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização, o geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves discute a natureza do processo de globalização e as contradições geradas no campo ambiental.


Se os recursos tecnológicos da atualidade nos ofertam com constantes e sucessivas imagens desta e de galáxias distantes, no trecho do livro abaixo reproduzido, o autor comenta de forma quase poética sobre o impacto provocado nas pessoas diante da primeira fotografia da Terra tirada do espaço, realizada no dia 12 de abril de 1961.

“Estávamos em finais dos anos 1950 e o cosmonauta russo Yuri Gagárin, pela primeira vez, viu a Terra do espaço. ‘A Terra é azul’, disse. Os Estados Unidos, sentindo-se parcialmente vencidos na corrida espacial (e tecnológica), desencadearam, então, um ousado projeto espacial que culminaria com a nave Apolo – afinal, tratava-se de se mostrar mais bonito -, que desceria anos mais tarde (1969) suavemente na Lua. A Terra era azul, redonda e pequena, olhada daquele ponto de vista!

Essa imagem se tornaria um duro golpe na visão antropocêntrica. Nós que nos considerávamos Senhores do Mundo [...] nos víamos passageiros de um pequeno planeta – a Nave Terra. A Terra era um planeta finito solto num espaço infinito, ideias que começam a deixar de ser conceitos filosóficos e científicos para se tornarem IMAGEM. E, a partir dessa época, a IMAGEM tornar-se-ia cada vez mais poderosa.

A ideia de que estamos imersos num globo já não é mais fruto somente da capacidade de abstração construída pelo pensamento, o qual dava origem a globos terrestres de plástico, de ferro, de papelão ou de madeira, manipulado nas escolas. Não, afora estamos imersos num globo solto no espaço, mas um globo que lá está, objetivamente, e que nos foi colocado por uma objetiva que a fotografou. A Terra é um globo!

Além de ser azul, redonda e finita, a Terra não tem fronteiras, a não ser as da natureza, como a das nuvens que são móveis, evanescentes; ou a dos oceanos e dos continentes, assim mesmo diluídas, vagas. [...] As diferenças entre os povos não aparecem. [...]

Todos os dias recebemos, via satélite, pelos meios de comunicação, o mundo editado aos pedaços, o que contribui para que construamos uma visão de mundo que nos faz sentir, cada vez mais, que nosso destino está ligado ao que acontece no mundo, no planeta. Globalização, mundialização, planetarização são palavras que, cada vez mais, começam a construir uma nova comunidade de destino, em que a vida de cada um já não se acharia mais ligada ao lugar ou ao país onde se nasceu ou, pelo menos, não se acharia mais ligada do mesmo modo como se achava antes.”

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. p. 11-12.



Fonte: Geografia e tal: A imagem da globalização

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