A Vingança da Geografia
A proposta de A Vingança da Geografia - A construção do mundo geopolítico a partir da perspectiva geográfica (Editora Campus-Elsevier, 2013), é interessante, ainda que a palavra "vingança" colocada no título possa funcionar como uma espécie de armadilha para os desavisados.
É claro que toda a iniciativa realizada como forma de valorizar e propagar o pensamento geográfico é muito bem vinda, mas, se cabe aqui um aparte, é preciso que se tenha um certo cuidado com certas abordagens que se restringem a uma visão tradicional dos diferentes campos da Geografia.
Por uma questão de justiça e de bom senso, é importante lembrar que o próprio autor deixa o recado que a sua ideia não consiste em afirmar que a Geografia seja a única responsável pela caracterização de povos ou conflitos, e sim mostrar a influência dos mais diversos elementos da natureza nas intenções e até nos desdobramentos de certos acontecimentos de grande relevância na história da humanidade.
Vamos às informações do livro:
Neste livro, o analista geopolítico estadunidense Robert D. Kaplan baseia-se nas ideias, descobertas e teorias de grandes geógrafos e pensadores geopolíticos dos passados recente e distante para rever pivôs centrais da História e, em seguida, traçar o futuro da cena global em transformação. O autor delineia a história das regiões-chave do planeta, fazendo uma análise de seu clima, topografia e proximidade com outras áreas tempestuosas. O clima radical e a limitada cobertura vegetal das estepes russas, por exemplo, deram à luz homens duros e cruéis, propensos à destruição, ao passo que os pensadores nazistas promoveram total distorção da geopolítica, calculando que o espaço do planeta usado pelo Império Britânico e pela União Soviética poderia ser engolido por um território alemão ampliado.
Kaplan aplica, então, as lições aprendidas às atuais crises na Europa, Rússia, China, subcontinente indiano, Turquia, Brasil, Irã e Oriente Médio árabe. O futuro pode ser compreendido no contexto da temperatura, da distribuição da terra e de outros dados físicos concretos; assim, a China, capaz de alimentar apenas 23% de sua população a partir de uma terra da qual apenas 7% são aráveis, saiu à procura de energia, minérios e metais junto a regimes brutais como os de Mianmar, Irã e Zimbábue, entrando em conflito moral com os Estados Unidos. As fronteiras porosas do Afeganistão o manterão como a principal rota de invasão do subcontinente indiano. O maior inimigo dos Estados Unidos, o Irã, vai explorar a vantagem de ser o único país que abarca tanto a área produtora de energia do Golfo Pérsico quanto a do Mar Cáspio. Por fim, Kaplan postula que os Estados Unidos devem olhar com atenção para o México, e não para os países distantes.
Fonte: Geografia e tal: A Vingança da Geografia
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