Ouvindo e conversando com pessoas sempre temos
muitas reflexões e nesse processo verifiquei que a imagem que projetamos no intersubjetivo de nosso meio social é uma
preocupação constante. Para ser claro, muita gente “perde os cabelos” se
perguntando e se preocupando com o que o povo vai pensar ou falar dele.
Na verdade em qualquer meio somos cobrados no sentido de mostrar uma integridade em nossa práxis
cotidiana, ou seja, somos cobrados para que o nosso discurso seja
acompanhado por nossa prática. Essa é uma profunda crise neste século a falta
de coerência e de integridade na elaboração de um projeto de sociedade.
Nos caminhos e descaminhos da vida, observo muitas
pessoas com problemas por ouvirem demais ao que as pessoas pensam sobre elas e
se sentirem obrigadas a corresponder. Outras possuem uma baixa autoestima e um
péssimo autoconhecimento a tal ponto de acreditar que tudo o que todos dizem é
ou pode ser verdade. Neste século, somos
cegos para enxergar a nós mesmos e o nosso papel no palco do universo.
Veja bem,
os debates e polêmicas vão surgir e você
não pode fechar seus olhos para eles, também não precisa cria-los, mas nesse espaço gostaria de dar algumas
dicas para você, caro leitor, enfrentar esse problema de falatórios ao seu
respeito:
- Cada cabeça um mundo e quem tem boca fala o que
quer. Começo por
aqui, pois estes são jargões de profunda sabedoria. Isso é muito procedente,
cada pessoa possui uma percepção própria e limitada de mundo que dá à sua
vivencia um conjunto de significados específicos conhecidos como cosmovisão.
Essas formas de ler o mundo em muitos momentos são incompatíveis entre si.
Nesse sentido, a fala, como instrumento de uma voz, ecoa as contradições inerentes
à cosmovisão do falante. Essa palavra dita é lançada em direção a alguém como
uma flecha que pode acertar tanto a maçã acima de sua cabeça como o seu
coração. Certo é que depois de lançada, não há mais volta.
- Não atire suas pérolas aos porcos, pois se você repreender o sábio, ele
te amará mais, mas se repreender o escarnecedor trará problemas para você
mesmo. Não fui eu quem disse isso. Essa frase é uma mistura de passagens bíblicas,
mas realmente muito coerente, se desejar uma abordagem mais direta, observe o apóstolo Paulo que escreve ao jovem
Timóteo, o seu herdeiro ministerial, tentando ensina-lo os segredos de uma vida
como líder de uma comunidade e alertando-o sobre isso:
” Recomenda pois estas
coisas. Dá testemunho solene a todos perante Deus, para que evitem contendas de
palavras que para nada aproveitam, exceto para a subversão dos ouvintes.” …nem
se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do
que o serviço de Deus, na fé. “ “E repele as questões insensatas e absurdas,
pois sabes que só geram contendas.” (1 Tm:4, 2 Tm 2:14 e 23)
Se quiser uma fonte não bíblica sugiro observar o
escritor José Saramago:
“Eu não comento nenhuma critica
que se me faça, mesmo que me aborreça profundamente. De mim não nasce nenhuma
polêmica, porque não vale a pena. Por uma razão muito simples, nenhuma polêmica
terminou com um deles a dizer “você tinha razão”.
Pode até ser um gozo para os
leitores ler um e depois o outro, as insinuações mais ou menos torpes, as
ameaças de dizer a verdade “ah, você sabe que eu sei o que você sabe que eu
sei”. Isso é repugnante no meu ponto de vista. Então dizem: “Ele matou a avó”,
isso é mentira absurda, mas não me importa, então eu não respondo a um ataque”
Por fim, afirmo que o verdadeiro remédio mesmo para resolver
os debates e polêmicas é saber Quem você
é! Quando isso esta bem estabelecido, você realiza a viagem do
autoconhecimento e encontra-se consigo mesmo, por isso tem condições de filtrar
e acolher com sabedoria aquilo que é dito a seu respeito. Pois assim como Saramago,
para você o que dizem não vai fazer tanta diferença, pois você sabe quem você é
e o que Deus fez em sua vida.
Boa sorte para nós,
Abraços,
Judson Malta.